30 de setembro de 2016

Ainda Sobre o Setembro Amarelo: Parte de Mim

Eis aqui Gabbe, escrevendo diretamente do coração.

Acho que nunca contei pra vocês, mas eu sou uma pessoa absolutamente ansiosa, e tenho uma mania incrível de ficar fuçando e cutucando em cada pedacinho de mim, só pra checar se está tudo certo, semana passada, nas aulas teóricas da auto escola, achei uma íngua no meu pescoço e duas trás da orelha, que costumam inchar quando fico resfriada, fui ao médico e ele disse que esta tudo bem e que pela aparência das ínguas ia passar os exames de sangue e uma ultrassonografia, mas que eu relaxasse porque estava tudo bem.

Eu não recebi resultado de nenhum exame, e a finalidade do texto não é trazer nenhuma notícia ruim (deus que me livre), depois que fui ao médico fiquei com meu nível de ansiedade maior do que antes, pela questão dos exames, e a enxaqueca também está pegando pesado comigo esses dias, o objetivo desse texto é trazer a vocês a minha história com a ansiedade.


Desde que eu me entendo por gente me lembro desse sentimento, me lembro de ter uns 5, 6 anos e acordar sozinha em casa à noite, me tomar de ansiedade, sentir falta de ar, dor no peito, descer no elevador e ver meus pais brigando em frente ao prédio. Lembro de ver toda a confusão durante e depois da separação dos meu pais e de me sentir sem ar outra vez. Por muito tempo me lembro muito bem de descontar na comida cada vez que me sentia triste, as vezes não sabia nem porque estava.

Hoje me vejo assim, preocupada com cada milimetro do meu corpo, preocupada com todos os problemas que estão próximos de mim ou em mim.

Dificilmente eu curto ficar sozinha, eu gosto de saber que tem alguém na casa, por mais que eu esteja trancada no quarto ou muito triste pra ficar perto de alguém, gosto de saber que tem alguém comigo, mesmo de longe. E quando isso não acontece, eu fico com um nó na garganta que chega a tampar minha respiração, de passar uma noite zanzando na sala, colocando o rosto na janela procurando ar e nesse meio tempo ficar pensando em coisas que aconteceram em meados de 2012, 2013 e pensando como poderia ser melhor e pior, como eu poderia ter consertado no passado essa situação que está acontecendo em 2016.

Diariamente sofro de ansiedade, as vezes é mais simples. As vezes não.

Até hoje eu não tive coragem o suficiente pra buscar ajuda, o problema é que agora eu não sou sozinha, eu tenho uma pessoa que depende de mim, eu não posso mais deixar o meu controle ir embora tão fácil e simplesmente me fechar pro mundo, já foi muito simples fazer isso, hoje não é mais, por isso resolvi procurar sim ajuda pra passar por isso, e de verdade, se você se sente assim, não espere você se sentir absolutamente derrotada pela vida pra procurar ajuda, fica de pé! Se ajuda agora, toda hora é hora! E se quiser conversar, já sabe que eu estou aqui!

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4 comentários:

  1. Oi Gabbe! Esse assunto é super delicado, né? Você não acredita no tanto que me identifiquei com seu texto. Eu também, desde que me entendo por gente, tenho o ritmo do coração acelerado, falta de ar e um aperto enorme no peito. Nos últimos anos, os sintomas aumentaram e comecei a tremer muito. Até abril desse ano, eu estava morando em Porto Alegre, enquanto minha família mora no interior do RS e meu namorado tinha se mudado pra Curitiba por causa do trabalho. Guria, eu tive ataques de pânico que me fizeram parar no hospital, e todos os médicos acham que foi pelo fato de eu estar sozinha. Eu tenho muito pavor de ficar completamente sozinha, muito também porque eu tenho consciência de cada pedacinho do meu corpo e sempre encontro uma coisa que me leva a procurar um médico, que diz que eu não tenho nada e assim o ciclo vai se repetindo. É dose, né? Eu acabei me mudando pra Curitiba pra morar com o meu namorado, mas ele viaja muito a trabalho (está fora nesse momento) e, adivinha, to agitada desde ontem. E olha que eu já melhorei bastante desde que comecei um tratamento. Acho que acabei desabafando no seu espaço de comentários - desculpa por isso! Mas saiba que eu fico bem agradecida por você ter compartilhado sua história e tenha certeza de que eu toró muito para que você melhore a cada dia! Se quiser conversar, também, pode me chamar. :)
    Beijos,
    Bru
    Blog Moderando

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    1. Oi Bruna! Fico feliz pelo seu tratamento estar dando certo! É dose mesmo, eu mesma tenho o problema do namorado as vezes simplesmente não voltar pra casa e me deixar esperando sem notícias depois de ter falado que voltaria cedo e eu como fico? Já fui parar no hospital também por isso, agora indo na psicóloga, ou psiquiatra, sei lá, não sei como vai funcionar ainda :c espero que melhore também, porque tá bem difícil! Obrigada pelo apoio <3

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  2. :) Sabe, eu entendo tanto tudo isso que você passa que isso me sói, porque odeio me sentir assim. Antes eu tentava me fazer de durona, e dizia que adorava ficar só, que não tinha medo de nada, que o futuro era uma grande brincadeira. Mas não é, sou medrosa, já tive diversos ataques do tal mal do século (vulgo ansiedade). Vivemos em uma época tão calma externamente, e ao mesmo tempo, vemos diariamente milhares de pessoas atormentadas por seus demônios interiores, que aparentam estar 100 % bem o tempo todo. E este é mais um dos grandes problemas, tendemos a fingir ter a vida perfeita, as vezes para não preocupar quem amamos, as vezes por não gostarmos de nos expor. Quando o melhor, ao menos o mais saudável, seria nos abrirmos, procurarmos ajuda, ao menos conversarmos a respeito para tirar um pouco deste peso abrasador. Admiro sua atitude um tanto altruísta, pois sei o quão dificil é abrir mão do nosso nível de conforto(?). Mas ao mesmo tempo ter uma pessoa com quem temos que nos importar mais do que nos mesmas é maior do que qualquer conflito interiuor.
    Um beijo e boa sorte nessa jornada!
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    1. É exatamente isso que você disse! A gente se esconde dentro do nosso medo, orgulho de falar o que estamos passando, mas acaba que isso só prejudica e piora tudo! Obrigada pelo apoio <3

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